Acordar e olhar Bragança desde a Pousada de São Bartolomeu é uma das mais idílicas formas de observar a cidade, graças ao nevoeiro que quase todas as manhãs de Inverno cobre as suas casas e ao Castelo que se ergue no horizonte. Urbe com história graças à sua localização, apesar da “pinta” da juventude e modernidade que recebeu nos últimos anos, a primeira consequência dos seus pólos universitários e depois resultado do programa Polis – continua a ser precisamente a sua parte histórica que deixa mais marcas nos visitantes.
A cidadela, situada no topo da cidade, é um recinto bem conservado, fortificado onde se destaca o Castelo – de construção medieval – e as suas muralhas, a Torre de Menagem, a “Domus Municipalis” e o Pelourinho, além de ser igualmente um dos mais interessantes miradouros de Bragança. É também aqui que há cerca de um ano funciona o Museu Ibérico do Traje e da Máscara. Quem nunca ouviu falar nos famosos Carnavais transmontanos, como a Festa dos Rapazes e dos Caretos? É verdade que a farsa já passou, mas aqui as famosas festas das aldeias podem ser vistas e apreciadas durante todo o ano. Uma interessante exposição de 45 trajes e 60 máscaras repletas de cor e tradição, além da projecção de vídeos que “ensinam” aos menos ilustrados como é o Carnaval transmontano.
Sala do Solar Bragançano e um naco de posta barrosã, do mesmo restaurante. Pousada de São Bartolomeu, em Bragança, e Catarina Preto, habitante da aldeia de Guadramil. A Casa de Caçarelhos, unidade de agro-turismo situada na aldeia de Caçarelhos, junto a Vimioso.
Mas é no centro histórico que pode sentir o verdadeiro pulsar da cidade, com uma mistura entre locais e jovens universitários, e é também aqui, na Praça da Sé, que poderá e deverá visitar outro dos “monumentos” incontornáveis: o Solar Bragançano.
Um restaurante, pois claro, daqueles irrepreensíveis a todos os níveis, quer em termos de espaço, quer em termos de atendimento e naturalmente a nível gastronómico. Os castiçais, a ópera que sai de lá do fundo, os muitos livros espalhados por todo o espaço, a prosa sábia do Sr. Desidério e o poder e o sabor ímpar das alheiras, do javali ou do arroz de perdiz são marca registada de prazer que jamais encontrará em lugar algum.
E onde se podem comprar produtos tão bons como estes para levar para casa? Em Vinhais, claro. Situada em pleno Parque Natural de Montesinho e apenas a 30 minutos de distância, é vila famosa pela sua Festa do Fumeiro, que teve lugar no mês passado. Assim pela estrada fora, curva adentro, seguimos até à Cozinha Regional do Fumeiro (Largo do Calvário n.º 121). Os verdadeiros fumeiros tradicionais já não existem, mas a essência está lá.
As alheiras; as linguiças; os salpicões; os presuntos, e as chouriças de pão azedo, doces ou de sangue, presas no tecto, imitando o que resta da tradição.
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